Sempre soube que as situações e circunstâncias da vida são incertas e impermanentes. E saber disso, de certa maneira me dava relativo controle sobre o incontrolável. Só que essa incerteza e impermanência era percebida para uma escala de tempo de maior grandeza, não dias e meses e sim anos, talvez décadas. Até aqui pouquíssimas coisas aconteceram de forma abrupta. O que vivo hoje é um momento de pausa e de espera agravado pela pandemia que todos, assim como eu, estão tentando escapar fazendo as manobras higiênicas para esquivar-se e sair vivo. Nunca fui saudosista ou enaltecedora do passado. Sempre vivi na expectativa de um futuro que custava a chegar, característica dos ansiosos ou dos inquietos ou dos inconformados ou dos insatisfeitos com a impressão do presente sempre incompleto. Até que um dia o futuro chega e descubro que suas peculiaridades e atributos são exatamente esses, a pausa, a espera, a trégua, o recesso, a interrupção, um lapso no tempo. Agora, nesse exercício forçado de
Contos, crônicas, viagens, sentimentos, escrita criativa para inventar e curar a vida.