Imagem: Global Gallerry, Diana Romanelli Evelina chegou esgueirando-se perto do farol. Dali poderia avistar seu avô. Como muitas noites da semana, sua avó a encarregava daquela amolação, tinha que buscar por ele na Taberna da Lanterna. Às vezes, ele não estava ali e elas não tinham ideia de seu paradeiro. Sua avó tinha desconfianças. Comumente ele estava e sempre esquecia da hora na animação das conversas sobrepujadas pela bebida. Voltava trôpego, alto de vinho, abraçado na neta e dando muitas risadas. Felizmente não era violento, como muitos que ela via por ali em meio àquele ambiente ruidoso que cheirava à álcool, presunto defumado e corpos sem banho. A tarefa não era fácil, pois ele remanchava até terminar seu último gole de vinho como se fosse um líquido preciosíssimo e Evelina tinha que estar ali lembrando a todo momento que sua vó o esperava em casa onde fatalmente ouviria a habitual refrega entre eles. Ao mesmo tempo, tinha que enfrentar os olhares lascivos de alguns frequen
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