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Mostrando postagens de outubro, 2018

Um Salvador da Pátria às avessas

O Brasil acaba de eleger um novo Presidente, depois de uma campanha eleitoral cheia de atipicidades e irregularidades. Aconteceram denúncias de Caixa 2, uso de contratação de empresas para disparar mensagens instantâneas com conteúdos falsos, lives em redes sociais, ausência de debates televisivos para confrontação de ideias, pouca discussão sobre os planos de governo e muito questionamento sobre moralidade,  gênero,  classe e raça. Além de tudo, houve um inusitado e estranho ataque à faca ao candidato favorito que até o momento não está totalmente elucidado, aberto à muitas especulações para futuros desdobramentos, esclarecimentos e outros fatos afins que poderão vir à tona. Em meio aos principais problemas que a população apontava legitimamente, a preocupação com a corrupção, com a roubalheira institucional e com a violência nos centros urbanos, abriu-se um espaço para ir modelando uma candidatura reacionária e fascistóide que a  princípio me parecia um tanto surreal para o século

"Os Olhos dos Pobres" de Charles Baudelaire

            Uma analogia às atitudes de nossos amigos que optaram pelo fascismo                                                                                        "Quer saber por que a odeio hoje? Sem dúvida lhe será mais fácil compreendê-lo do que a mim explicá-lo; pois acho que você é o mais belo exemplo da impermeabilidade feminina que se possa encontrar.  Tínhamos passado juntos um longo dia, que a mim me pareceu curto. Tínhamos nos prometido que todos os nossos pensamentos seriam comuns, que nossas almas, daqui por diante, seriam uma só; sonho que nada tem de original, no fim das contas, salvo o fato de que, se os homens o sonharam, nenhum o realizou.  De noite, um pouco cansada, você quis se sentar num café novo na esquina de um bulevar novo, todo sujo ainda de entulho e já mostrando gloriosamente seus esplendores inacabados. O café resplandecia. O próprio gás disseminava ali todo o ardor de uma estréia e iluminava com todas as suas forças as paredes ofuscantes de brancu

Filhos do solo gentil de mãos dadas com a barbárie

Eleição, opção, escolha, voto, sufrágio são palavras e atos dos mais dignos usadas numa democracia, pois teoricamente são responsáveis por mudar o destino, aperfeiçoar, criar condições de bem-estar e organização de uma comunidade, de um Estado, de um país. Democracia representativa significa a forma de poder que o povo exerce escolhendo periodicamente seus representantes para legitimar governos através da escolha de chefes de governo, presidentes, governadores e parlamentos. Não é ainda uma forma perfeita de organização social, de soberania e de representação popular, mas é a que está vigente no mundo civilizado depois de séculos de guerras, revoluções, quedas de regimes, tratados, declarações e convulsões sociais. Exercer a cidadania é escolher pelo voto qual candidato, qual partido político ou qual regime político representa o mais perto de nossos anseios de arranjo e conformação social. Então, o respeito à dignidade desse ato se faz necessário, porque todos são chamados a opinar, me

#Ele Não

Para quem perdeu o trem da história nesse 29 de setembro de 2018, porque "preferiu ficar sozinho bordando de ouro o seu umbigo engelhado", afirmo, com Thiago de Mello:   "Para repartir com todos" "Vamos achar o diamante para repartir com todos. Mesmo com quem não quis vir ajudar, pobre de sonho. Com quem preferiu ficar sozinho bordando de ouro o seu umbigo engelhado. Mesmo com quem se fez cego ou se encolheu na vergonha de aparecer procurando. Com quem foi indiferente e zombou das nossas mãos infatigadas na busca. Mas também com quem tem medo do diamante e seu poder, e até com quem desconfia que ele exista mesmo. E existe: o diamante se constrói quando o procuramos juntos no meio da nossa vida e cresce, límpido, cresce, na intenção de repartir o que chamamos de amor. Fascismo, Nunca Mais!