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Mostrando postagens de julho, 2019

Apollo 11, o tempo e o salto

Era madrugada do dia 20 de julho de 1969 e meu pai nos acorda para assistir na televisão um evento ao vivo que ficaria para a história. Naquela época, o mundo vivia a previsão eufórica de um futuro tecnológico repleto de invenções e inovações, apostando como seu apogeu o século XXI e a chegada do então ainda distante, anos 2000.  O Programa Apollo norte-americano havia começado alguns anos antes no que se denominaria de Corrida Espacial  iniciada pela então União Soviética. Os Estados Unidos instigado a lutar pela supremacia tecnológica após a Segunda Guerra Mundial toma para si o desafio e o objetivo de explorar o espaço e chegar à lua, único satélite natural da Terra.¹ Assim, como sempre acirrando-se as disputas entre as potências mundiais. A década de sessenta vivia o transe da conquista do espaço como um sinal de novos tempos e de novas conquistas da humanidade. As artes se impregnavam de temas galácticos como 2001, música da banda nacional Os Mutantes,   2001- Uma odisseia no es

Trabalho infantil e cegueira social

Eu não queria estar escrevendo sobre trabalho infantil, porque imaginava que fosse página virada, ao menos no sentido institucional, legal e em repúdio social depois que o Brasil aprovou o Estatuto da Criança e do Adolescente  em 13 de julho de 1990. Nosso país foi um dos primeiros a seguir os princípios das Nações Unidas em relação aos direitos da criança. Porém, as redes sociais se encarregam diuturnamente de nos bater na cara com opiniões sem fundamento, generalizações rasteiras e distorções das mais variadas sobre assuntos complexos, sensíveis e doloridos da vida e da história. O combate ao trabalho infantil, embora sendo tema de vasta legislação, infelizmente segue sem ser erradicado no Brasil e no mundo. Existe muita literatura disponível e dados nacionais e internacionais para quem quer aprofundar o assunto sobre a exploração do trabalho infantil ao longo da história.  O que quero chamar a atenção é o quanto a  desigualdade econômica, característica gritante do país, se manifest

Democratas e demagogos

Fala da Professora Marcivania (PCdoB - AP) na Sessão Legislativa da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ( 02/07/2019)                       https://escriba.camara.leg.br/escriba-servicosweb/html/56375 Durante quase 10 mil anos a humanidade viveu sob o império da legalidade autoritária: todos estavam submetidos à lei, exceto os governantes. Estes pairavam sobre a lei, ou melhor, a lei era a sua vontade, o seu desejo e as suas convicções. Até que 2.500 anos atrás, os gregos antigos deram um outro sentido à ideia de lei. A partir deles, todos, sem exceção, inclusive e principalmente os governantes, estavam submissos à lei. Ninguém estaria destinado a pairar sobre o sistema legal. Essa foi uma conquista que a humanidade adotou como condição civilizatória sine qua non . E é justamente esse princípio civilizatório básico que está em destaque nesta nossa audiência de hoje. Sr. Ministro Sérgio Moro, presente hoje na qualidade de dependente voluntário, gostaria de cumprim