Tempos atrás lia uma postagem em rede social sobre maus tratos aos cavalos que puxam carroças dentro das cidades. Chamou-me atenção um comentário de uma jovem que transcrevo aqui: —“Essa gente—referindo-se aos carroceiros—nem devia ter cavalo só pra começar, cavalo é um bicho pra quem tem bastante dinheiro, é pra cavalgar e não pra enfiar em uma carroça com uns imbecis em cima cheio de tralha.” Respondi ao comentário nesses termos: —C., eu não concordo com maus tratos, mas esses “imbecis” que tu chamas são gente muito pobre, em sua maioria catadores de lixo e a “tralha” que carregam pode lhes dar um mínimo de sustento. O mau-trato humano está aí bem escancarado no conjunto carroça-cavalo-carroceiro. A menina me contesta : —“Pra mim não muda o fato de serem imbecis, até porque vejo muitos catadores de lixo de manhã cedo no caminho pro colégio e eles usam um carrinho que eles mesmo puxam.” Ou seja, no pouco discernimento e total falta de empatia dessa menina, não basta ser pobre. Tem qu
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