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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Repulsa x Desigualdade

Tempos atrás lia uma postagem em rede social sobre maus tratos aos cavalos que puxam carroças dentro das cidades. Chamou-me atenção um comentário de uma jovem que transcrevo aqui: —“Essa gente—referindo-se aos carroceiros—nem devia ter cavalo só pra começar, cavalo é um bicho pra quem tem bastante dinheiro, é pra cavalgar e não pra enfiar em uma carroça com uns imbecis em cima cheio de tralha.” Respondi ao comentário nesses termos:  —C., eu não concordo com maus tratos, mas esses “imbecis” que tu chamas são gente muito pobre, em sua maioria catadores de lixo e a “tralha” que carregam pode lhes dar um mínimo de sustento. O mau-trato humano está aí bem escancarado no conjunto carroça-cavalo-carroceiro. A menina me contesta : —“Pra mim não muda o fato de serem imbecis, até porque vejo muitos catadores de lixo de manhã cedo no caminho pro colégio e eles usam um carrinho que eles mesmo puxam.” Ou seja, no pouco discernimento e total falta de empatia dessa menina, não basta ser pobre. Tem qu

Belchior tinha razão

Uma vez uma postagem em rede social que comparava Rosane Collor e Marcela Temer, dizia que Rosane mesmo com toda sua empáfia, cafonice e falta de sensibilidade e responsabilidade frente à posição que ocupava foi ainda mais carismática que Marcela.  Mas alguém comentou na postagem que conhecia Rosane Collor e que ela costumava superfaturar caixões de bebês que estavam condenados à morte no Nordeste. Nunca ouvi ou li nada tão torpe, canalha, insensível, desumano e não sei mais como definir um sistema político e seus agentes públicos que se valem de tão triste fato quanto á morte de uma criança para tirar proveito e ganhar mais dinheiro e poder. Me dou conta que sim, o sistema político brasileiro sempre foi corrupto, vil e canalha com o aval da própria sociedade que exalta o poder, o dinheiro, as aparências, as elites, as benesses, as classes e tudo que gera desigualdade entre as pessoas.  O Brasil sempre chafurdou na lama da corrupção.  Triste país, triste passado, presente e o que nos d

A Pátria Educadora Desce a Ladeira

Indescritível a sensação de impotência quando assisti a votação da aceitação do impeachment da Presidenta Dilma Roussef pela Câmara dos Deputados no dia 17 de abril de 2016 , indescritível a sensação de ver tanta pequenez, tacanhice e vilezas condensadas  no meio daquela gente que ironicamente representava o povo brasileiro.  Pensei que não veria nada pior, pois vi e o que vi me chocou ainda mais que a ordinária sessão, nas suas várias acepções da palavra ordinário. Vi a Pátria Educadora descendo a ladeira, quando soube que o Ministro da Educação recebeu em seus primeiros dias de interinidade não um pedagogo ou alguma celebridade no vasto elenco de intelectuais, professores e pedagogos brasileiros. Não, quem foi recebido foi um ator de quinta categoria, para dizer o mínimo de sua biografia, que segundo consta, foi levar propostas para a educação brasileira. Aqui já não consigo escrever educação com E maiúsculo. Tal audiência foi amplamente divulgada nas redes sociais e recebida incred