Depois de outro domingo tenso, além da importante vitória da democracia, veio a vitória da sanidade, da ciência, do respeito, da cordialidade, da tolerância, do diálogo, das instituições democráticas, do conhecimento. Veio o conforto e o alívio, depois de quatro anos de desmontes, desgraças, violência, empobrecimento, opressão, terror e ódio. Nas ruas as pessoas se juntaram num clima de fraternidade e alegria. Desconhecidos se acenavam e se abraçavam, se reconheciam um no outro. As bandeiras saíram desfraldadas depois de anos escondidas pelo medo atrás das portas. Os gritos trancados e sufocados saíram da garganta e aliviaram as almas daqueles que resistiram, dos que sabiam desde o princípio que aquele rumo de 2018—e de antes até—não daria em nada auspicioso. Foi o grito também dos que enxergavam além das simplificações, das bravatas, dos absurdos, das afrontas. Muitos choraram pelas vítimas da Covid-19, pela falta de oportunidades enfrentadas pelos filhos, pelas pessoas que empobrecer
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