A República Bananeira do Brasil é forjada na corrupção, no crime, nas injustiças, na impunidade, no tráfico de influências e na lentidão ou rapidez de um poder judiciário seletivo e cheio de privilégios. As últimas delações, áudios e imagens entre governantes, políticos e empresários expõem definitivamente como são as relações, para quê e a quem servem os podres poderes brasileiros. Um poder que só serve ao poder e ao dinheiro, que só alimenta o poder de ter mais dinheiro, que só abastece o poder com mais dinheiro.
Esses poderes não tem limites para sua ganância, são milhões e bilhões informados a cada delação, cifras com tantos zeros que não cabem na mente, muito menos nos bolsos de nós reles mortais. Quanta hipocrisia desses “gestores “ quando de um lado são tão ávidos de receber e de outro tão mesquinhos para gerir a coisa pública. O poderoso, ávido do bem público abastece a si e aos amigos enquanto penaliza, retira o mesmo bem, espolia a massa de trabalhadores que gera essa mesma riqueza que nessa lógica, sempre acabará nas mãos de poucos. Esse é o feudalismo à brasileira, onde a máxima é que muitos tenham pouco, trabalhando muito, para que poucos tenham muito, em muitos casos fazendo nada e com ares de “meritocracia”. Essa lógica sempre fez parte da nossa história e da história do mundo. Os colonizadores chegaram, mataram índios, escravizaram negros, levaram ouro, prata, pedras preciosas, madeira, sementes, espoliaram terras e trabalhadores. O poder que vemos nos últimos meses é esse mesmo e deixou seus descendentes. As capitanias continuam passando de pais para filhos e netos. Já são várias as gerações de dominadores e dominados tupiniquins e a velha elite brasileira insiste no modelito à la Idade Média.
A sociedade brasileira precisa amadurecer. O trabalhador precisa investir-se de poder. Precisamos aprender que a desigualdade e a pobreza não são desígnios de Deus. Precisamos ver os outros como nossos iguais, aprender a defender os direitos conquistados até aqui. A sociedade precisa ser chamada a discutir que tipo de país quer sem a tutela da mídia hegemônica lhes dê a devida permissão. Todos estão fartos de corrupção, isso é unânime, mas como transformar isso? Reforma política, eleições gerais e diretas é o que precisamos a curto prazo. Precisamos do exercício pleno da cidadania, discutir reformas e melhorias que contemplem a todos, escolhendo representantes engajados com as causas coletivas. E aqui há que dar um grande significado ao que é ser “coletivo “. Enquanto isso, devemos perseguir dia a dia a democracia, a igualdade e o estado de direito.
Utopia ? Pode ser, mas sem ela não tem razão de viver !
Foto : Sul21, Porto Alegre, 18 de maio 2017
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