Ter uma crença ou religião que não faça parte da supremacia cristã ou mesmo não ter nenhuma religião deveria ser algo mais respeitado entre as pessoas. Mas quem é católico ou evangélico, praticante ou não, não entende isso. O Cristianismo e a Igreja Católica conquistaram sua hegemonia e durante séculos vêm doutrinando povos e tentando extinguir e massacrar outras crenças e religiões, assim muitos católicos acreditam que sua fé, dogmas e ritos são unanimidades incontestáveis, inquestionáveis e indubitáveis.
Em verdade, está comprovado que a maioria da população mundial é adepta do Cristianismo que faz parte do Grande Grupo das religiões no mundo. Mas também estão de maneira expressiva no Grande Grupo o Islamismo, o Hinduísmo, o Budismo e as religiões tradicionais chinesas como o Taoísmo e o Confucionismo. Em outro grupo chamado de Grupo Médio estão o Xintoísmo, o Judaísmo, o Espiritismo, o Seicho-No-Ie, o Paganismo e o Zoroastrismo citando as mais conhecidas.
A categoria dos Sem Religião é também bastante expressiva, predominante no mundo ocidental e só vem atrás do Cristianismo—2000 milhões— e do Islamismo —1500 milhões—. Pessoas que se dizem sem religião são 1100 milhões e se caracterizam pela tradição cultural do Secularismo, princípio da separação entre as instituições governamental e religiosa, que afirma o direito de ser livre do jugo do ensinamento religioso e dá prerrogativas a um Estado Laico.
O Brasil segue no mesmo sentido de liderança do Cristianismo Católico e Evangélico, mas são bastante expressivas também o Espiritismo, o Candomblé originário da África, a Umbanda, uma mescla de catolicismo com religiões africanas e as crenças dos povos da floresta Amazônica indígenas ou não. Sob a égide desta liderança, muitos cristãos ao falar em nome de Cristo se delegam garantias para defender seus moralismos e interesses seja no campo social, político e econômico. As Cruzadas, a Santa Inquisição e outros movimentos de ocupação territorial são exemplos do quanto em nome de Cristo foram praticados os mais infames genocídios, guerras e injustiças durante séculos em todo o mundo.
Portanto, o mesmo Jesus Cristo que, historicamente foi retratado como líder pacificador, tolerante, generoso, altruísta e avesso à violência pode ser instrumento de ameaças e outros tipos de maldições nas mãos de um equivocado ou mal-intencionado cristão contra os que ousam colocar sua doutrina sob suspeita ou debate.
Nesses tempos de facilidade de comunicação entre as pessoas através de redes sociais seja entre conhecidos e desconhecidos, amizades virtuais ou reais, se percebe frequentemente um tipo velado ou explícito de doutrinamento ou pequenas tentativas de moralização travestidas de ajuda espiritual. E isso se dá principalmente vindo de parte de cristãos. Percebo nas redes o uso de conteúdo religioso ou auto-ajuda—essas coisas já se mesclam um pouco—sem muito critério de conteúdo e enviados massivamente por meio do que considero um péssimo hábito, o envio de mensagens em bloco.
Na verdade, hoje em dia não passamos de contatos para muitas pessoas e o que me refiro é que se o conteúdo é religioso e cristão—ainda melhor— quem está do outro lado a receber ou ler os comentários deve engolir e aceptar este hecho, incontestável e inquestionável mesmo que supostamente o contato do outro lado não seja cristão. Ah, as falsas unanimidades! Quanto nos equivocamos por não perceber e não considerarmos—muitas vezes, sequer respeitarmos—a fé e as crenças alheias e tampouco o direito à falta de fé.
Aos crédulos cristãos pode caber-lhes o direito e o dever de espalhar a palavra de Deus, mas os não religiosos ou não-cristãos, na medida da tolerância têm o direito de contestar, ignorar ou questionar essas mesmas falas. Isso se chama autonomia e livre pensar que exercitamos muito pouco. Eu agradeço as mensagens que por vezes recebo e a boa vontade de quem manda, mas digo que minha fé passeia por muitas crenças e, às vezes, meu Deus é uma mulher.
Tenho uma certa revolta da igreja católica. Porque nos faziam acreditar que se vc não rezasse muito (o tempo todo kkk) iria pro inferno. Sem falar no pecado. Qualquer erro se transformava em pecado. Eu vivia no confessionário pois qualquer briga com o irmão, sentimento de raiva e desobediência aos pais era considerado pecado. Que medo de morrer e não ter se confessado. Quanta culpa eu carregava. Como eu estudei em colégio de freiras as rezas eram uma constante. Hoje não tolero mais correntes de oração muito menos mensagens de auto ajuda. Já pensei em pedir pras pessoas não me mandarem (são quase sempre as mesmas) mas penso que podem se ofender. Então, assim que recebo deleto sem abrir e agradeço.
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