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Pedro Almodóvar, o cineasta espanhol em entrevista ao Festival de Cannes deste ano de 2019 disse que "depois que os Estados Unidos elegeram Donald Trump em 2016, outros países seguiram o modelo e elegeram seus loucos de casa". E assim o Brasil elegeu Jair Bolsonaro, um militar reformado precocemente por problemas no exército, um político mais do que medíocre, com passagem em vários partidos, há trinta anos no parlamento sem ter se envolvido e aprovado nada relevante. Aproveitou o momento Operação Lava-Jato que disseminou o ódio à política e aos políticos e prometeu fazer a "diferença", influenciado por ideários de ultradireita e militarismos rasteiros. Ficou famoso dizendo bravatas sobre homossexualidade, racismo, misoginia e milhares de idiotices para outros idiotas se verem refletidos. Parte do Brasil escolheu o seu espelho, o idiota inculto, bruto, arrogante, truculento, racista, homofóbico e machista.
Conheci esse homem naquela horrenda sessão do impeachment em 2016. Ao votar foi o mais contundente, o mais canalha e o mais cruel dedicando seu voto— aos gritos— a um torturador. Ali já deixava claro— para os que queriam ver— que tipo de pessoa ele era. Na campanha eleitoral de 2018 fugiu dos debates como o diabo da cruz, até que por obra do "destino" foi esfaqueado por outro maluco e afastado da campanha, onde esteve confortavelmente a salvo da exposição, não permitindo que o povo o escutasse e que se soubesse, afinal o que ele queria disputando e estando na Presidência da República.
Como presidente, vem passando várias vergonhas desde que assumiu o posto há quase seis meses, mas incrivelmente ele não percebe. Em sua mente delirante, as múltiplas críticas que vem recebendo de todos os lados repercutem como conspirações oposicionistas, tratando sempre de desqualificar e distorcer os sentidos. Em sua visão estreita e alienada elas partem de corporativistas, de esquerdistas, da imprensa em geral que ele não encara com a disposição e a destreza que cabe aos estadistas.
Para agravar o quadro, o infeliz presidente é respaldado pelos filhos, não menos delirantes— segundo investigações, também criminosos— alçados informalmente a influenciar no governo. Definitivamente, o presidente não consegue enfrentar o contraditório e muitas vezes nem o convergente, primeiro porque não tem civilidade, urbanidade e gentileza e por outra parte, porque não tem noções básicas de política, de sociedade, de legislação, de história, de geografia, de Brasil, de mundo e de nada.
Só não viu, quem não quis, quem não se importou, quem igualou disputas políticas a torneios de futebol, quem vestiu camiseta da seleção, abraçou um pato amarelo e acreditou que a salvação seria só afastar de cena um grupo político e viria a redenção final do país. Podia ser "Qualquer Coisa", desde que varressem os que estavam e essa burrice funcional somada à irresponsabilidade já está custando muito caro ao país.
O louco de casa brasileiro se mostra como algo bem pior do que muitos pensavam.
O embuste virou um estorvo que o Brasil não merecia.
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