Todos os bebês nascidos na Finlândia recebem essa caixa-berço ao nascer recheada com produtos até o primeiro ano de vida |
No princípio eram dois jovens cheios de sonhos e amores. Em dezessete anos já haviam chegado cinco e então somavam sete. Depois de vinte e poucos anos veio o menino L, logo mais outro menino L, depois uma menina I e mais dois meninos V e D que nasceram bem perto um do outro, quase gêmeos. Passou uma década e logo no começo de outra veio mais a menina M. E durante essa década, a última menina se manteve como caçula, a ultimogênita e parecia um fim de safra. E todos já sentiam-se multiplicados e comemoravam à larga muitas datas festivas.
Mais outra década passava e os primeiros meninos já estavam crescidos, quando no começo do segundo milênio chegava uma menina de segunda geração que chamaram de L.
E realmente, o começo do segundo milênio foi pródigo. Em sua primeira década, além da menina L citada anteriormente, vieram as meninas M e B da primeira geração e na segunda década veio a menina E, o menino L e mais a menina J. Os três últimos já eram de segunda geração. Sim, soa um pouco confuso. Parece um texto de uma realidade distópica, algo retirado de uma gênese bíblica ou um manual de genética, mas nessa árvore genealógica sem lógica todos saberão quem é quem.
Agora, passados sessenta anos, de sete, ou melhor, partindo do casal original, a família atinge a cifra de dezenove membros diretos, sem contar os companheiros(as), maridos(esposas), namorados(as) que chegaram por afinidade e não menos importância, porque afinal, também fazem parte dessa gênese.
E o tempo reserva muita surpresa. O primeiro par vendo sua prole crescer tanto, lhes agradava comemorar os natais desde o tempo que os seus cinco eram crianças. O Natal, a despeito de ser uma celebração religiosa da cristandade, tornou-se nesse grupo um evento obrigatório. O ato de estar juntos nesse dia significa para eles selar ou ratificar muito mais que um sentimento religioso, familiar ou de consanguinidade. É uma comunhão de afetos. Ouso dizer que existe dentro de cada um deles um sentido ainda maior que as noções de paz, conciliação e harmonia que nos princípios religiosos atribuídos a essa festividade. É uma celebração de partilha, de amparo e de gratidão.
Uma montanha de presentes, brinquedos, música, dança, choro, brigas de crianças, afazeres, preparativos, gritaria, risadas, bagunça, desarrumação, algazarras, muita conversa, comida e bebida fazem parte dessa festa ao longo das três últimas décadas, a qual vem abrigando cada vez um número maior de participantes à parte da família original, também outros grupos de outros laços familiares também imprescindíveis.
Então, o final da segunda década do segundo milênio reservou uma surpresa mais bonita que as que já vinham tendo ao longo dos anos com os nascimentos de crianças tão esperadas. Como um símbolo de "boa nova", como um presente coletivo, no dia 25 de dezembro de 2019 nasceu mais um menino que só faltou vir envolto para presente. E aqui, é impossível abster-se de dizer seu nome - Pedro, o Vigésimo.
É ...Parece nome de rei, mas cabe ressaltar que como, absolutamente todos são contra monarquias e sistemas antidemocráticos de convivência, Pedro chega único e livre na sua essência de ser humano e outro mais genuíno semelhante frente a todos que o recebem e que, como sempre tratarão de lhe reservar amor incondicional. Pedro verá um mundo que muitos, naturalmente já não estarão mais aqui para ver e poderá fazer que seus pequenos olhinhos de hoje sejam os olhos de todos mirando um futuro que certamente será muito distinto.
Que Pedro viva num mundo de seres humanos que se fortaleçam na diversidade dentro da percepção de sua igualdade, num mundo que não obrigue ninguém a seguir manuais, normas ou receitas ultrapassadas de comportamento, num mundo que esteja reconciliado e conciliado com a natureza, num mundo que se ordene pela fraternidade, solidariedade e justiça por mais utópicas que soem essas palavras nos dias de hoje. Outros meninos e meninas virão, é certo. A vida seguirá seu curso com a esperança universal de que tempos melhores também virão e que todos voltem sempre a desfrutar juntos.
Ao par original toda a gratidão do mundo,
Aos mais velhos da prole, perdão pelos dias serem como são...
E um pedido :
"E quando passarem a limpo
E quando cortarem os laços
E quando soltarem os cintos
Façam a festa por mim
E quando largarem a mágoa
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água
Lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores
Quando crescerem as matas
Quando colherem os frutos
Digam o gosto pra mim"
Aos Nossos Filhos, Ivan Lins e Victor Martins
Eu te amo Eliane! Chorei muito! Saudades!
ResponderExcluirBeijo, Cris! Saudades também!
ExcluirE o tempo passa e vai deixando saudades...
ResponderExcluirPor favor, identifique-se. Aqui consta perfil desconhecido.
ExcluirQue texto mais lindo, linda história genealógica dessa família que tenho muito afeto e orgulho de fazer parte. Obrigada !
ResponderExcluirPor favor, identifique-se. Aqui consta perfil desconhecido.
ExcluirAo ler , fui entrando na história dessa família que há muito tempo conheçi tao bem...Belas ramificações foram acontecendo e acho que consigo identificar quase todos os personagens.
ResponderExcluirApenas um, Pedro, me é desconhecido!
O Pedro nasceu dia 25 de dezembro de 2019 em Caxias do Sul. É o segundo filho do Lucas e neto da Rosane. Nosso mais novo bebê.
ExcluirEsse texto é tão lindo que chega ser poético. Amo fazer parte desta família! Obrigada pelo carinho com O Vigésimo!😘
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