Mini-conto de um mini-sonho
Ali não era mais meu lugar. Estava uma mulher que se apresentou com o rosto e pescoço pintados de azul. Era um rosto enorme, as bochechas proeminentes eram de um tom mais azul que o resto do rosto. Não tinha a graciosidade de uma smurfete, tampouco a delicadeza e a leveza das humanoides de Avatar. Tinha o rosto além de azul, rude e duro. Olhos verdes, hostis. Estava visivelmente aborrecida com minha presença. Tinha os punhos fechados, prontos para desferir-me algum golpe e expulsar-me dali. Não tive medo. Tive um desengano, porque ali estava toda a minha vida de posse da mulher azul. Por que eu fui parar ali, realmente não sei. Talvez por seguir rastros do passado e reconhecer outros rostos e objetos na casa, muito familiares, meus familiares, mas a mulher azul havia aprisionado a todos. A inveja é azul.
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