Aos 5 anos eu perdi meu anel de pedra vermelha. Aos 10, eu queria ter 15. Aos 15 eu só tinha espinhas, cólica menstrual, cabelo rebelde e perguntas. Aos 20, eu estudei muito para entrar para a universidade. Minha cabeça e a parede do quarto estavam cheias de fórmulas matemáticas. Entrei, pois as fórmulas me ajudaram. Aos 25 eu queria trabalhar. Fui. Aos 30 eu procurava um amor e encontrei. Aos 40 nós queríamos ter uma casa. Tivemos. Aos 50, eu comecei a querer ter 15 de novo, porque só tinha domado o cabelo, a cabeça revirou. Aos 55 eu fui viajar e não voltei. Aos 60 eu perdi tudo. Agora aos 65, eu queria nascer de novo porque a vida é cheia de probabilidades e continua cheia de perguntas por perguntar e responder. Quem disse que experiências e memórias trazem felicidade? Felicidade são milhares de folhas em branco para preencher com uma vida inteira e se não for possível com vida real, pelo menos que seja com palavras, letras, frases, pontos e vírgulas, como isso aqui.
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