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Em um distante povoado de algum lugar vivia um povo infeliz, mas em perfeita ordem. O governador não permitia sonhos, então eles iam dormir quando as lâmpadas das ruas se acendiam e levantavam quando elas se apagavam. Quando as lâmpadas estavam acesas não se via o céu e o povo que ali vivia nunca tinha visto o brilho das estrelas.
Tudo era perfeito até que um dia uma das lâmpadas não funcionou como deveria e não acendeu. O governador logo pensou num ataque terrorista ou de opositores de seu governo.
À princípio apenas poucas pessoas tiveram interesse em acercar-se até o poste apagado, e às escondidas puderam perceber um pequeno pedaço de céu estrelado e contaram aos amigos tão encantadora experiência.
O governador solicitou urgente a reparação da lâmpada. Entretanto, o eletricista tentou encontrar onde estava o problema, mas como não obteve sucesso, resolveu trocar por outra lâmpada.
Porém a lâmpada nova não funcionava bem, acendia e apagava quando queria a qualquer hora do dia e sempre quando as noites estavam nubladas. Era um mistério que ninguém conseguia entender.
Pouco a pouco, as pessoas começaram a frequentar aquele ponto da rua onde estava a misteriosa lâmpada, porque dali podiam ver as estrelas quando era noite clara e ficavam ali a admirar, a conversar uns com os outros, a fazer planos, amizades, jogavam, riam e foram desenvolvendo fortes vínculos dia após dia. E a cada dia chegava mais gente. Começaram a amar aquela lâmpada defeituosa porque ela espalhou a harmonia e o amor por aquele povoado como nos contos de fadas.
O governador ficou preocupado e furioso, porque foi perdendo a autoridade e o poder sobre aqueles que dizia ser "seu" povo e armou um plano. Mandou sabotar a entrega de água em alguns pontos da cidadezinha, destruiu pequenos pontilhões que serviam à comunidade, queimou árvores de frutas e alguns galpões de armazenamento de alimento e depois culpou a misteriosa lâmpada pelas adversidades que o lugar estava passando.
Os acontecimentos deixaram a maioria do povo com medo, ficaram vulneráveis e enfraquecidos e acreditaram no governador que incutiu no povo a culpa numa suposta malignidade e poder da lâmpada. Pouco a pouco, eles foram voltando para casa, para sua ordem e normalidade anteriores.
Foram poucos os sonhadores que não acreditaram no governador e tentaram uma revolta, mas no final o governo se reuniu e tomou a decisão de destruir a tal lâmpada mágica e sumir com os revoltosos. Quando isso foi feito, ninguém mais teve sonhos naquele lugar, ninguém mais riu, ninguém mais brincou, nunca mais viram as estrelas e voltaram a ser os autômatos, frios e tristes de antes.
Moral: Lute contra tudo e todos que pretendam destruir seus sonhos, não se deixe intimidar, mantenha sua lâmpada mágica sempre intacta acendendo e apagando a seu bel-prazer.
Tradução livre do original em inglês, The Magical Street Lamp, autor desconhecido
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