Quando calamidades coletivas acontecem como foi na pandemia de Covid-19 e agora na devastação provocada pelas enchentes do Rio Grande do Sul, nos primeiros dias eu travo, fico bloqueada pelo impacto e pelo temor de que possa vir algo ainda maior e pior, pois o evento está em andamento. Imagens chocantes chegam de todos os lados, os fatos vão se desencadeando, como dominós caindo—no caso casas, estradas, pontes, pessoas, animais, plantações. O medo e a angústia tomam conta. Ouvir o barulho da chuva durante a noite já não é reconfortante, é gatilho de terror. Me recuso a ler comentários de rede social, só busco informação em canais oficiais de jornalismo. Sou leiga no assunto, por isso nessas horas não leio achismos, maledicências, calúnias, discursos de ódio e principalmente não quero saber que fake news andam espalhando. Eu travo mesmo, não consigo organizar as ideias para escrever alguma coisa sobre ou simplesmente desmentir absurdos. Os mal-intencionados não deixarão de ser mal-int
Escritura Natural, Eliane B. Lago
Contos, crônicas, viagens, sentimentos, escrita criativa para inventar e curar a vida.